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Órgão pede que cadeia remova presos excedentes ao número máximo permitido de 40. Rebelião viabilizou fuga de nove detentos; cinco foram recapturados.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) realizou uma visita no Presídio de Jussara, no noroeste goiano, e pediu que o local seja parcialmente interditado imediatamente por meio de ação cautelar, nesta quinta-feira (27). A medida foi tomada após uma rebelião deixar quatro presos mortos e viabilizar a fuga de outros nove detentos.
Conforme divulgado pelo MP-GO, a ação quer limitar o número de presos a 40, que seria a capacidade máxima da cadeia. Conforme apurou a TV Anhanguera, 77 detentos estavam no local no momento da rebelião. A proposta é que esta interdição ocorra até que seja feito pedido de reforma da unidade.
O órgão solicitou ainda que os reeducandos ameaçados sejam transferidos imediatamente para outras unidades. O mesmo foi solicitado para presos com mandados de outras comarcas e daqueles que extrapolam a lotação permitida da unidade.
A Superintendência de Administração Penitenciária (Seap) informou, por meio de nota, que cinco reeducandos já foram recapturados, três deles horas após a revolta, e outros dois nesta quinta-feira. Conforme o comunicado, as forças de segurança do estado seguem em busca dos demais foragidos.
Já em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, foram registradas cinco mortes e 35 detentos se machucaram após um tiroteio dentro da Penitenciária Odenir Guimarães. O caso ocorreu em 23 de fevereiro deste ano.
O atual superintendente da pasta, tenente coronel Newton Castilho, afirmou em entrevista à TV Anhanguera que devem ser reforçadas ações de inteligência e que novos agentes prisionais aprovados em concursos serão convocados.
“A população de Jussara pode ficar tranquila que a Polícia Militar e a Polícia Civil estão diligentes nesta situação. O próprio sistema penitenciário também”, afirmou.
A rebelião ocorreu no fim da tarde de quarta-feira (26). Segundo a Seap, os presos se revoltaram enquanto a janta era servida. Eles renderam os três agentes que estavam de serviço, destruíram a sala da direção do presídio e o único carro da penitenciária.
Ainda segundo a corporação, as armas dos agentes foram levadas pelos fugitivos. Além dos mortos e foragidos, outros três detentos tiveram ferimentos leves.
O presidente da comissão de segurança da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO), Edemundo Dias, ressalta que o problema com rebeliões não se limita a Jussara. Segundo ele, há casos similares em outras cidades do estado.
“Nós vamos avaliar e encaminhar solicitações de providências principalmente para o governo do estado. [O problema] não é só em Jussara. Isso está acontecendo de maneira recorrente em vários outros lugares do estado”, afirmou.
O presídio de Guapó, no dia 30 de maio deste ano, foi alvo de uma explosão que viabilizou a fuga de 11 presos, após destruir uma casa e deixar a moradora do local ferida. Na época, a população relatou medo e insegurança por morar na região.
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