Novo laudo no Instituto de Criminalística aponta que a esteticista Suellem Coimbra do Carmo, de 27 anos, indiciada por matar grávida para retirar bebê, não poderia ter agido sozinha. Segundo a delegada responsável pelo caso, Azuen Magda Albarello, o documento aponta que o corpo não foi arrastado e foram encontradas roupas masculinas no tanque da indiciada.
O laudo foi liberado na última quarta-feira (26). Conforme a delegada, o documento aponta que a indiciada deve ter recebido ajuda de ao menos mais uma pessoa para carregar o corpo e cometer o crime, já que não havia marcas de que a vítima tenha sido arrastada.
“O laudo mostra que seria impossível apenas uma pessoa ter executado o crime. Eles apontam que no mínimo duas pessoas atuaram no caso. Nas oitivas da indiciada em momento alguma ela mencionou qualquer outra pessoa. Vamos precisar ouvi-la novamente e, a partir do novo depoimento, vamos proceder nova investigação”, declarou ao G1.
A delegada destaca que o novo inquérito só pode ser aberto após a Polícia Civil ser acionada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o que ainda não ocorreu.
O G1 entrou em contato com o MP-GO em Nerópolis para saber se há uma previsão de quando o órgão deve acionar a Polícia Civil para abrir nova investigação. No entanto, o responsável pelo caso está de férias e a promotora que deve substituí-lo ainda não assumiu os processos dele, portanto, não pôde dar um posicionamento a respeito.
No primeiro inquérito, Suellem chegou a ser indiciada por homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por ocultação de cadáver. Pela morte do bebê, que foi retirado da barriga da mãe e não sobreviveu, a esteticista foi indiciada por homicídio qualificado, com uso de asfixia.
O crime ocorreu no último dia 27 de junho. De acordo com as investigações, a esteticista teria prometido um enxoval à vítima, Naiara Silva Costa, de 22 anos, grávida de oito meses, que foi até a casa da indiciada para pegar a doação. A delegada afirma que Suellem enforcou Naiara e realizou o parto forçado em seguida. Depois, enterrou o corpo da jovem em uma cova no quintal da casa onde morava. O recém-nascido também não resistiu e acabou morrendo.
À Polícia Civil, a indiciada, que teria perdido um bebê há cerca de dois meses, confessou que dopou a vítima antes de asfixiá-la e fazer o parto forçado. "Ela fez a vítima passar mal e a enforcou, levando a jovem a óbito. Depois, cortou a barriga da jovem e tentou fazer o parto, só que a criança não resistiu", afirmou a delegada.
Ainda em depoimento, a esteticista contou que conheceu a vítima por meio de redes sociais, soube que ela precisava de doações para o bebê e a atraiu afirmando que doaria a ela um enxoval.
Azuen afirmou, em entrevista à TV Anhanguera, que recebeu ligações de gestantes que denunciaram terem sido procuradas por Suellem. “Ela estava buscando pessoas grávidas, ela queria um bebê a qualquer custo. A Naiara foi uma vítima em potencial, uma pessoa frágil que ela conseguiu seduzir”, afirmou.