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Audiência de ex-presidente mostra que investigadores buscam caracterizar vínculo entre negociação de apoio político ao PT

A audiência na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou depoimento, na manhã de ontem, ao juiz substituto da 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, Ricardo Soares Leite, expôs uma linha de investigação seguida pelos procuradores da Operação Lava-Jato: a de que não era apenas o apoio político negociado nos governos de coalizão liderados pelo PT; a partilha do poder incluía a divisão de propinas obtidas com empresas fornecedoras de estatais, entre elas, a Petrobras.

Durante a audiência, o juiz tentou exibir um vídeo em que o petista diz que participava de decisões na estatal e questionou Lula sobre o que significavam as declarações dele, feitas em Angra dos Reis (RJ) em 2010. O lobista Fernando “Baiano” Soares, considerado operador do PMDB, afirmou que o ex-presidente é que resolvia conflitos em indicações na estatal, anotou Leite.

Lula admitiu que “recomendava” ao conselho da companhia que indicasse pessoas da cota de partidos políticos. “O presidente não indica cargo na Petrobras”, afirmou o petista. “O presidente recomenda ao Conselho da Petrobras a indicação de tal pessoa, indicada por tal partido, a partir da capacidade técnica da pessoa”, complementou.

O depoimento de ontem foi o primeiro em que Lula figurou como réu em um interrogatório da Lava-Jato. Em outras oitivas — foram pelo menos oito desde o fim de 2015 —, ele prestou declarações como testemunha ou como investigado. O interrogatório começou por volta das 10h20 e durou 49 minutos. Do lado de fora do prédio, na Asa Norte, manifestantes pró e contra o petista levantaram faixas, cartazes e palavras de ordem, mas sem violência.

No processo, Lula é acusado de obstrução da Justiça por tentar impedir o ex-diretor da petroleira Nestor Cerveró de fazer delação premiada na Lava-Jato, segundo depoimento do ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS). O ex-líder do governo no Senado disse que recebeu a suposta solicitação de ajuda numa reunião no Instituto Lula, em 8 de maio de 2015. “O Delcídio contou uma inverdade nesse processo”, afirmou o ex-presidente. Ele garantiu que nem sequer conhecia o ex-diretor da Petrobras e afirmou que era o ex-senador quem tinha motivos para temer as revelações de Ceveró. “Era conhecida por todo mundo a relação histórica do Delcídio com o Cerveró. Era muito antiga.”

Massacre


Lula disse que, num governo de coalizão, é preciso governar com os outros partidos dentro de uma agenda programática. O ex-presidente afirmou que Cerveró e seu sucessor, Jorge Zelada, foram indicados para a Diretoria Internacional da empresa dentro da cota do PMDB na estatal. De acordo com Lula, essas indicações eram “corriqueiras, para fazer um governo de coalizão como qualquer outro” e, quando escolhido, Cerveró não tinha nenhuma denúncia de corrupção contra ele.

Lula reclamou do assédio da imprensa, que acredita que ele será preso. “O senhor sabe o que é levantar todo dia achando que a imprensa está na porta da minha casa porque eu vou ser preso?”, questionou. “Nos últimos três anos, tenho sido vítima quase de um massacre”, lamentou.

Análise da notícia
Medo do PT é inelegibilidade


PAULO DE TARSO LYRA


O PT está convencido que, apesar das sucessivas denúncias e pedidos de abertura de inquérito contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, as chances de o petista ser preso diminuíram em relação ao ano passado. O que não significa que a militância esteja tranquila. Caciques partidários acreditam que Lula será condenado em segunda instância, tornando-se inelegível em 2018 pelas regras da Lei da Ficha Limpa.

Em março do ano passado, quando Lula foi conduzido coercitivamente para um depoimento em São Paulo, a temperatura no núcleo do lulo-petismo aumentou absurdamente. A iminência da decretação de uma prisão preventiva apavorava os correligionários e o próprio ex-presidente.

Ao todo, Lula já depôs 8 vezes. O partido apressou-se a montar o perfil da vitimização do líder operário. A percepção é de que uma prisão, agora, sem provas fundamentadas, coroaria a imagem do mártir. A condenação em segunda instância, pelo TRF do Rio Grande do Sul, não. Lula não precisaria sequer ser encarcerado, como prevê a lei. Bastaria a inelegibilidade. A réstia de esperança do PT estaria alijada do grid em 2018.

 

Fonte: diariodepernambuco.com.br

 
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