Os cursos de engenharia aeronáutica e fonoaudiologia da Universidade de São Paulo (USP) não conseguiram selecionar candidatos por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O resultado é reflexo da exigência de notas mínimas altas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Por isso, sobretudo os candidatos que pretendiam usar a condição de cotas de escola pública (EP) e raciais (PPI) não conseguiram disputar as vagas.
Levantamento feito pelo G1 mostrou que dos 170 cursos, 59 exigiam nota mínima de 600 pontos em pelo menos uma das provas (matemática, ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e redação).
No curso de engenharia aeronáutica, oferecido em período integral pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC-USP), o candidato precisava tirar no mínimo 750 pontos em cada uma das cinco provas do Enem (redação, ciências da natureza, linguagens, humanas e matemática.
Eram oferecidas quatro vagas para estudantes de escolas públicas, mas nenhum foi selecionado.
As vagas para fonoaudiologia também não foram preenchidas. O curso exigia notas mínimas de 650 pontos em cada uma das cinco provas.
Já o curso de Ciência da Computação, do IME, só conseguiu selecionar um estudante por meio da ampla concorrência, enquanto fisioterapia também só preencheu uma vaga para um candidato autodeclarado PPI.
O curso de medicina na cidade de São Paulo só selecionou um candidato para as 15 vagas PPI. Das 25 vagas reservadas para estudantes escolas públicas, somente oito conseguiram apresentar as notas de corte exigidas.
A assessoria de imprensa da USP explica que cada faculdade ou instituto da universidade tem liberdade para definir as notas mínimas exigidas no Sisu. Disse, ainda, que as vagas reservadas para cotas no Sisu que não forem preenchidas pela seleção do MEC serão ocupadas por candidatos da Fuvest que também atendam aos requisitos das cotas sociais e raciais.
