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Um procedimento inédito, mas ainda polêmico, visa diminuir as chances de que um bebê nasça com alguma doença hereditária.
Um procedimento inédito, mas ainda polêmico, visa diminuir as chances de que um bebê nasça com alguma doença hereditária. Se trata da fertilização in vitro, utilizando dados genéricos de duas mulheres e um homem para a fecundação do óvulo.Na prática, a intenção é evitar a epilepsia mioclônica com fibras rotas vermelhas (síndrome MERRF), que costuma se manifestar ainda na infância e tem consequências graves. Essa doença provoca crises epiléticas, problemas de coordenação motora, surdez e perda de memória.Os cientistas descobriram que essa doença não é causada por má formação em um DNA, mas sim em um dos 37 genes que integram as mitocôndrias. Essas mitocôndrias, por suas vez, são responsáveis por gerar a energia necessária para as células do corpo, mas por alguma razão ainda desconhecida, uma alteração em um desses genes causa a síndrome MERRF.Como as mitocôndrias e o DNA que elas carregam são herdados apenas da mãe, a ideia dos cientistas “é pegar o óvulo da mãe, o espermatozoide do pai e colocar uma mitocôndria nova, tirada de um doador sem relação com o casal”, explica a Super Interessante.“Assim, a mutação sai de campo e uma mulher doente pode ter uma criança saudável. O bebê resultante tem duas mães e um pai do ponto de vista genético. As características hereditárias, porém, vão vir só dos pais de fato – o casal que participou com seu DNA “não-mitocondrial”. Ou seja: o bebê não vai ter o nariz ou os olhos de quem doou a mitocôndria.”.Portanto, uma das mulheres, na verdade, é apenas a doadora de uma mitocôndria saudável. Até que ponto isso lhe torna geneticamente parte da formação do bebê, é outra questão. O fato é que apenas através do cruzamento do óvulo feminino e um masculino a fecundação é possível.A polêmica, na verdade, gira entorno da manipulação genética, especialmente envolvendo outra pessoa além do casal. Até que ponto a intervenção humana em um processo que deveria ser natural, tentando prever algo que não é possível obter 100% de certeza, interfere na formação e equilíbrio da vida humana em geral? |