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"Fui visitar a origem da minha família paterna, que eu não conheci, e me surpreendi pela ação da minha bisavó Anna Hora Prata, que tem um viés humanista e que eu achei que viesse do meu avô Ranulpho Prata"

Em 40 anos, o Hospital do Câncer de Barretos - HCB - se fez uma instituição de excelência no enfrentamento a esta patologia no Brasil. É uma espécie de Sírio-Libanês, com uma relevante diferença: atende aos pobres, via Sistema Único de Saúde - SUS.

E na matriz do HCB, está Sergipe: o fundador dele, em 1967, o médico Paulo Prata, que tem origens em Lagarto, onde este hospital plantará raízes a partir desta segunda-feira, 19 de junho.

Por uma decisão do filho de Paulo Prata, Henrique Prata, 64 anos, presidente do HCB, a cidade receberá uma espécie de sucursal que virá acompanhada de um caminhão ambulatorial ambulante. Seguramente, um gesto que ampliará os 165 mil atendimentos de pacientes por ano.

O denominação da instituição em Lagarto levará o nome da bisavó de Henrique Prata, Anna Hora Prata, uma simãodiense de atitude. "A minha bisavó fundou, em Simão Dias, uma Casa de Misericórdia em 1846", diz ele. Foi a partir da pesquisa pela suas origens que Henrique decidiu que deveria chegar até Sergipe com o HCB e que seria por Lagarto.

Fazendeiro, tocador do agronegócio, sem formação acadêmica, Henrique Prata se afeiçoou pelo projeto de saúde pública deixado pelo pai, falecido em 1997, e toca-o com profundo esmero. Mas não sem um tanto assim de desilusão pela forma pouco solidária como poder público encara a instituição que dirige e, de forma geral, o câncer no país.

"Estudos de países desenvolvidos, que pesquisam o câncer, apontam que, em 2050, 50% da população mundial morrerão com câncer. O país não tem um projeto voltado para esta patologia", diz ele.

Mais do que isso. "Aqui no Brasil sou punido por fazer um tratamento como esse, complexo e de alto custo. Diria que sou severamente punido por fazer isso de forma amplamente honesta. A direção política do país é contrária a isso", avisa.

A reanexação de Henrique Prata às origens sergipanas tem uma ajuda substancial do senador Eduardo Amorim, que começou a fazer a aproximação dele com os lagartenses. Ele é separado e tem três filhos. Veja detalhes da entrevista concedida ao JLPolítica.

JLPolítica - Qual o modelo dessa expansão que o senhor está trazendo para Sergipe?
Henrique Prata - É o mesmo modelo que temos em diversos locais do País, que consiste no diagnóstico e na prevenção do câncer. É um Centro de Diagnóstico e Prevenção.

JLPolítica - O senhor pretende ter uma sede aqui ou apenas a unidade móvel?
HP - As duas coisas. Teremos um espaço para complementar a atuação do caminhão, com exames, biópsia, colher material. Nós reformamos uma espécie de ambulatório para poder captar essa demanda e complementar os exames.O que puder ser resolvido aí, será. O que não, traremos a Barretos.

JLPolítica - Essa ação tem um tempo para permanecer em Sergipe ou é em definitivo?
HP - É um projeto definitivo. Um projeto que foi implantado com a parceria com o Instituto Avon, e a manutenção será com 30% do faturamento do Sistema Único de Saúde - SUS - e o restante, os 70%, a partir de emendas parlamentares. Todos os nossos projetos são custeados dessa forma. Para que deputados possam valorizar a possibilidade de cura do câncer.

JLPolítica - Qual o significado do HCB hoje no tratamento do câncer?
HP - Nosso projeto hoje é o maior da América Latina. São 15 mil novos casos de câncer por ano. A média dos nossos serviços é em torno de 8,9 mil. É um projeto reconhecido internacionalmente pela gestão e pela qualidade dele.

JLPolítica - O senhor considera o HCB nascido em 1962 ou 1967?
HP - Foi em 1962 como hospital geral e em 1967, como especializado em câncer. Então, é um centro com esta configuração desde 67.

"Teremos um espaço
para complementar a
atuação do caminhão,
com exames, biópsia,
colher material. Nós
reformamos uma espécie
de ambulatório para
poder captar essa
demanda e complementar
os exames"

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JLPolítica - Qual a dimensão do câncer hoje no Brasil? Qual o grau dele no campo da saúde pública?
HP - No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte no campo das doenças. Mas o problema é que o país não tem um projeto voltado para esta patologia. Estudos de países desenvolvidos, que pesquisam o câncer, apontam que, em 2050, 50% da população mundial morrerão com câncer.

JLPolítica - A visão do Estado brasileiro perante o câncer está à altura da doença?
HP - Não. É atrasada. Retrógrada. Porque o Governo não priorizou, não prioriza e não tem projeto para o enfrentamento ao câncer. O Governo Federal, nos últimos 30 anos, tem é serviços meia-boca. Mais ou menos. Então não existe política para câncer em nenhuma dimensão. Você cria um projeto de tratamento de câncer e é punido, porque custa caro e o Governo não quer dar dinheiro para isso. Até que o presidente Michel Temer, especialmente comigo, tem apoiado esse tipo de projeto.

JLPolítica - Paulo Prata e Scylas Duarte Prata, seus pais, são vivos ainda?
HP - Minha mãe é viva. Meu pai morreu em 1997 - há 20 anos, portanto.

JLPolítica - Qual são as raízes do médico Paulo Prata em Sergipe?
HP - Eles são de Lagarto. A minha bisavó fundou, em Simão Dias, uma Casa de Misericórdia, em 1846.

JLPolítica - O doutor Paulo Prata foi nascido em Lagarto?
HP - Não. Em Lagarto, nasceu o meu avô Ranulpho Prata.

"(A visão do Estado) é atrasada.
Retrógrada. Porque o Governo
não priorizou, não prioriza
e não tem projeto para
o enfrentamento ao câncer.
O Governo Federal, nos
últimos 30 anos, tem
é serviços meia-boca"

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JLPolítica - Por que o senhor resolveu fazer uma extensão do HCB em Lagarto?
HP - Fui visitar a origem da minha família paterna, que eu não conheci, e me surpreendi pela ação da minha bisavó Anna Hora Prata, que tem um viés humanista e que eu achei que viesse do meu avô Ranulpho Prata. Quando fui visitar o Sul de Sergipe, já fui com esse objetivo.

JLPolítica - É o primeiro no Nordeste?
HP - Não, porque já temos um projeto como esse em Juazeiro, na Bahia, há mais ou menos oito anos, e eu queria expandir. No Norte, já temos essa ação. E meu pai me pediu que eu olhasse também para o Nordeste, porque o povo é muito sofrido.

JLPolítica - Qual é o conhecimento que o senhor tem desta região?
HP - Eu já conhecia alguma coisa da região por causa da parceria que tenho com a cantora Ivete Sangalo, e agora, por causa da visão da origem do meu avô. E aí decidi realizar essa expansão no município de Lagarto. E lá a clínica terá o nome dela, da minha bisavó.

JLPolítica - O que o senhor pensa para este projeto?
HP - Quero que esse projeto traga resultados. Que desperte a consciência dos deputados para a destinação de emendas impositivas para a saúde pública, e a melhor forma foi vender essa ideia para o senador Eduardo Amorim. O investimento eu consegui. Mas para o custeio ainda precisamos de parcerias. Para esse projeto e para possíveis outros.

JLPolítica - Qual o investimento do que vai acontecer em Lagarto?
HP - Esse projeto teve investimento, em equipamento e todo o resto, como o caminhão, de quase R$ 3,5 milhões.

JLPolítica - Quantas unidades fora de Barretos o HCB tem no Brasil hoje?
HP - São cerca de 20 iguais a essa que será inaugurada em Lagarto.

Fui visitar a origem da
minha família paterna,
que eu não conheci,
e me surpreendi pela
ação da minha bisavó
Anna Hora Prata, que
tem um viés humanista
e que eu achei que
viesse do meu avô
Ranulpho Prata"

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JLPolítica - O senhor acha que um Estado como Sergipe, com 2,3 milhões de habitantes, comporta um hospital de câncer?
HP - Ah, sim. Há muitos anos Sergipe já comportaria um hospital do câncer. A população sofre muito para migrar para centros distantes. E a cada população de um milhão de habitantes já merece um centro completo na área de oncologia.

JLPolítica - O senhor o administra sozinho ou tem parentes que ajudam?
HP - Só eu sozinho.

JLPolítica - É significativo fazer um trabalho desse em favor da oncologia? O senhor tem tido reconhecimento?
HP - É, mas há problemas com o reconhecimento. Porque o reconhecimento é, pelo menos, umas 50 vezes maior internacionalmente do que no Brasil. Porque aqui no Brasil sou punido por fazer um tratamento como esse, complexo e de alto custo. Diria que sou severamente punido por fazer isso de forma amplamente honesta. A direção política do país é contrária a isso.

JLPolítica - De que forma vem essa punição?
HP - Vem através da proibição de o HCB ter credenciamento, como estou agora a Amazônia. O Estado me pune, porque vou na contramão da diretriz do interesse político.

JLPolítica - O HCB é uma entidade sem fins lucrativos?
HP - Sim,100%. E atende apenas SUS.

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