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Em meio a um racionamento sem precedentes, a população do Distrito Federal (DF) conseguiu reduzir o consumo de água em 12,2% e fechou 2017 com o menor índice dos últimos anos, segundo balanço divulgado pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). No ano passado, o consumo total ficou em 144,6 milhões de metros cúbicos (m3), o que dá uma média de 129 litros por habitante por dia. São exatamente 18 litros de água a menos consumidos diariamente por cada pessoa em relação ao ano anterior (2016), quando a média ficou em 147 litros por habitante.


Segundo a Caesb, com esse resultado, o DF aproxima-se do índice recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é 110 litros per capita por dia. Para a companhia, os dados demonstram evolução na consciência do uso racional da água pela população e o êxito das campanhas educativas feitas no Distrito Federal.


O resultado também posiciona o DF em um índice de consumo inferior à média nacional, que está em 154,1 litros diários por habitante, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (Snis) do Ministério das Cidades, referentes a 2016.


“É um resultado para ser comemorado, mas é preciso ressaltar que o ano de 2017 foi praticamente todo ele sob racionamento, com a crise hídrica sendo assunto diário na mídia”, disse o professor Sérgio Koide, do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília (UnB).

Koide destacou que, além disso, a população, especialmente a mais pobre, já vinha reduzindo o consumo por causa da taxa de contingência, que vigorou durante alguns meses para reduzir o consumo antes de o governo decretar o racionamento.


Rodízio


A redução no consumo é reflexo direto da política de racionamento de água em vigor desde janeiro do ano passado, quando o Reservatório do Descoberto, que abastece mais da metade (1,6 milhão) dos cerca de 3 milhões de habitantes da capital do país, chegou a níveis críticos. Um mês depois, em fevereiro de 2017, a Barragem de Santa Maria entrou no esquema de racionamento, incluindo mais de meio milhão de pessoas. Com isso, moradores de praticamente todas as regiões do DF passaram a se adaptar com o desligamento do fornecimento de água ao menos um dia por semana, de acordo com calendários divulgados frequentemente pelo governo distrital.


O Lago Sul permaneceu como a região residencial de maior consumo per capita, mas a redução, em um ano, foi de 16,2%, passando de 437 litros diários por habitante, em 2016, para 366 litros, no ano passado. O Plano Piloto teve a  maior redução, com 297 litros, uma economia de 12,7% em relação ao ano anterior, que registrou 340 litros por pessoa. As regiões com menor consumo diário por habitante foram as da Fercal (55 litros), Itapoã (57 litros) e Estrutural (58 litros). Os dados levam em conta a população divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o volume de consumo apurado pela Caesb.


O levantamento, no entanto, não considera a população em trânsito, ou seja, pessoas que residem em uma cidade, mas trabalham durante o dia em outra região. É o caso de áreas como o Plano Piloto, que durante o dia recebe uma população muito superior a seus 220 mil habitantes. O mesmo ocorre no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), com população de 2.148 habitantes e consumo médio diário por pessoa de 1.161 litros. “No SIAm a população considerada residente é baixa, mas, o consumo é alto por se tratar de um setor de comércio e indústria, onde um número relativamente grande de pessoas trabalha, mas não mora”, explicou o presidente da Caesb, Maurício Ludovice.


O professor Sergio Koide disse, porém, que o consumo continua muito “perdulário” em algumas regiões do DF e que são necessárias ações mais consistentes para controlar o uso exagerado da água. “O preço da conta de água para a população mais pobre é bastante importante, e ela já consumia uma quantidade menor de água mesmo antes da crise. O consumo, historicamente, sempre foi maior nas áreas mais nobres”, ressaltou.


Para Koide, o governo deveria investir em um modelo mais eficiente de escalonamento da cobrança do que o atual, taxando mais os maiores consumidores. O professor criticou também a falta de efetividade da Lei Distrital nº 3.557, de 2005, que tornou obrigatória a instalação de hidrômetros individuais em todas as edificações já construídas na capital, mas que ainda não é cumprida por pelo menos metade dos condomínios do DF.


Novos hábitos


Moradora do Itapoã, uma das regiões mais pobres do Distrito Federal e com consumo médio diário de 57 litros de água por habitante, a diarista Isabel Cristina de Sousa contou que não chegou a sofrer com o racionamento porque comprou uma caixa d’água de 100 litros para suportar os dias de desligamento da rede. No entanto, Isabel Cristina, que mora com dois filhos em uma casa de quatro cômodos, mudou alguns hábitos para se adaptar à nova realidade. “Agora, eu só lavo roupa no domingo.

Antes, eu ainda fazia isso umas duas vezes por semana.” Ela explicou que o consumo de água é baixo porque a família passa o dia inteiro fora de casa, na escola ou no trabalho.
Na casa do médico veterinário Fernão Lopes, no Lago Norte, região da cidade com média de consumo de 181 litros diários (71 litros a mais do que o recomendado pela OMS), a estratégia para conter o gasto foi mais ampla. Ele chamou os seis moradores da casa para discutir o que poderia ser feito.

“A primeira questão foi restringir o duplo enxágue na máquina de lavar roupa. Nós colamos até um adesivo no botão da máquina para que as pessoas não esquecessem de mantê-lo desativado. Não faz tanta diferença [o segundo enxágue], e é um consumo desnecessário”, disse Fernão.


O uso da água para molhar o jardim e lavar a calçada também foi reduzido drasticamente, bem o tempo de banho de cada morador da casa. Para encher a piscina durante a seca, Fernão e os demais moradores contrataram um caminhão-pipa. “Também ficamos mais atento aos vazamentos. Quando eles ocorrem, tentamos resolver o mais rápido possível para evitar o desperdício”, acrescentou. Uma caixa d’água de 3 mil litros também evitou que os moradores da casa sentissem qualquer efeito colateral nos dias de racionamento.

 
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