O primeiro caso de Aids surgiu em Sergipe foi em 1987 e nesses 32 anos de descoberta foram registrados 5.155 casos da doença e 2.212 pessoas convivem com o vírus HIV. Os números são altos e preocupam o gerente do Programa IST/AIDS da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Almir Santana.



“Entre maio e junho deste ano, surgiram 101 de Aids e 89 de HIV. Nós estamos passando por um momento muito difícil em relação ao HIV no Brasil, as pessoas estão achando que a AIDS é como qualquer outra doença comum e não estão dando o valor. HIV/AIDS é um grave problema de saúde pública”, alertou



“As pessoas estão confiando nos medicamentos ou criando justificativas para não usar a camisinha, como “já conheço meu parceiro”, “meu parceiro é saudável” e, sob o ponto de vista da sexualidade, ninguém conhece ninguém. Sexualidade é muito íntima. Só a própria pessoa sabe”, reforça Almir.



Almir Santana lembra que é preciso estimular a discussão da Aids em casa, nas escolas, nos locais de trabalho, a fim de acabar com a banalização da doença.



Os municípios sergipanos com mais casos de AIDS são Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, Itabaiana, São Cristóvão, Estância, Lagarto e Propriá.



Avanços e desafios – A prevenção combinada, uso de camisinha e medicamentos para prevenção, foi um grande avanço. As profilaxias PrEP (pré-exposição ao HIV) e a PEP (pós-exposição ao HIV) que são grandes novidades incorporadas pelo Brasil, também configuram vitória para Almir Santana.



Já o desafio maior é a precariedade do pré-natal.  “Quando uma criança nasce  com HIV, significa que o pré-natal não funcionou. “Apesar de nós termos medicamentos, testes, camisinha ainda nascem crianças com o vírus. Esse é o lado difícil”, desabafou Almir Santana.



Outro desafio é a indiferença de parte da população e alguns profissionais da saúde que não querem executar o teste nas suas Unidades Básicas de Saúde. “Enquanto nós não abrirmos a disponibilização do teste para quem quiser, nós vamos ter um diagnóstico tardio o que compromete a qualidade de vida daquelas pessoas”, concluiu Almir.