1
2
3
 
 
 
Programação Musical
Início: 00:00 - Término: 04:00
» Ver toda programação
 
 
Nenhum recado encontrado!

------------------------

» Enviar recado

» Ver todos os recados
 
 
 
 
« Voltar



A reedição do álbum mais bem-sucedido da carreira da cantora carioca Adriana evoca lembranças da era tecnopop da canção popular sentimental da década de 1980. A canção brega, no dicionário de quem avalia uma música pelos refinados padrões melódicos, harmônicos e poéticos da MPB.
Em 1986, a cena musical do Brasil viveu ano pautado pela diversidade, traduzida pelas variedade de estilos e vozes que ocupavam as paradas radiofônicas. Se houve o boom do pagode carioca que projetou nomes como Zeca Pagodinho, um dos campeões de vendas de discos naquele ano, houve também grandes álbuns que ampliaram o alcance nacional do rock brasileiro e geraram títulos antológicos para as discografias de bandas como Legião Urbana e Titãs.
Eclipsadas pelo sucesso do rock, pelo estouro do pagode e pela diluição do universo da MPB, as cantoras recorreram – ou foram levadas a recorrer por produtores e diretores artísticos sedentos de sucesso – às baladas produzidas em escala industrial por hitmakers como a dupla Michael Sullivan & Paulo Massadas para se manterem em evidência e nas paradas.
Vozes emblemáticas da MPB, como Gal Costa e Simone, provaram do mel que escorria das letras simples e diretas das canções de amor escritas por esses compositores e formatadas nos estúdios com arranjos de apelo radiofônico tecnopop, não raro com a presença do mago dos teclados Lincoln Olivetti (1954 – 2015), um dos papas do gênero.
Foi nesse contexto musical que Adriana Rosa dos Santos, cantora que havia sido revelada em 1967 com a gravação de Vesti azul (Nonato Buzar), viu a sorte mudar quando lançou em 1986 o álbum intitulado Adriana, editado pela extinta gravadora RGE e ora reeditado em CD neste mês de maio de 2018 pelo selo carioca Discobertas.
Adriana, o álbum produzido por Ricardo Feghali (do grupo Roupa Nova), apresentou entre as 10 músicas do repertório aquela que se tornaria um dos maiores sucessos radiofônicos do Brasil em 1986 e em 1987. Trata-se de I love you baby, melancólica canção de (des)amor de autoria dos compositores Gilson e Joran.
Com o verso-refrão repetido exaustivas vezes por Adriana, com o reforço de coro kitsch, I love you baby é a típica canção popular romântica dos anos 1980. Até pela presença de Lincoln Olivetti entre os músicos da banda arregimentada para gravar a canção (e o disco). Impulsionada por melodia aliciadora (como as compostas nestes anos 2010 pelo hitmaker baiano Bruno Caliman), I love you baby se tornou um grande sucesso popular entre dezenas de canções igualmente populares daquela década que também projetou cantoras como Joanna, Rosana e Sandra de Sá (musa da black music que também adocicou o repertório a partir de 1986).
Somente com a chegada redentora de Marisa Monte nas paradas nacionais, em 1989, estabelecendo novo padrão pop na música do Brasil, as cantoras foram libertadas da pressão mercadológica para gravar baladas de compositores hitmakers – pressão a que somente poucas, como Maria Bethânia e Nana Caymmi, resistiram, embora Bethânia tenha cedido momentaneamente ao apelo tecnopop com o arranjo da gravação de Doce espera (Marina Lima), primeiro single promocional do álbum Dezembros, lançado não por acaso no fim daquele ano de 1986. Ano em que a canção I love you baby amplificou a voz de Adriana ao ser lançada neste álbum ora reposto em catálogo pela primeira vez no formato (cada vez mais desvalorizado) de CD. Com informações G1. 

 
 
Acompanhe-nos através de suas redes sociais favoritas:
  
 
Nenhuma enquete ativa para exibir!