No Brasil, um país pobre, de terceiro mundo, juízes, promotores, desembargadores e ministros dos tribunais se alimenta, se vestem, tem carro com motorista, secretária, etc, etc, tudo pago com dinheiro público. Dinheiro dos impostos sobre o arroz, o feijão, o óleo, a carne que as pessoas consomem. Na Suécia, um dos países mais desenvolvidos do mundo um juiz da suprema corte não almoça à custa do dinheiro do contribuinte.

Inclusive quando um repórter perguntou ao juiz sueco se lá era igual aqui no Brasil onde os juízes da instância máxima do Poder Judiciário têm direito a carro oficial com motorista e benefícios extra-salariais como auxílio-saúde, auxílio-moradia, gratificação natalina, verbas de representação, auxílio-funeral, auxílio pré-escolar para cada filho, abonos de permanência e auxílio-alimentação.

O juiz sueco disse não entender por que um ser humano gostaria de ter tais privilégios. Ele lembrou que só vivemos uma vez e, portanto, pensa que a vida deve ser vivida com bons padrões éticos. Ele diz não compreender um ser humano que tenta obter privilégios com o dinheiro público. Para os juízes suecos, luxo pago com o dinheiro do contribuinte é imoral e antiético.

Na semana passada o presidente Michel Temer sancionou o reajuste de 16,38% nos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal e da procuradora-geral da República, o que aumenta a remuneração dos magistrados de R$ 33 mil para R$ 39 mil. Em um Brasil em crise, o aumento terá um efeito cascata sobre a remuneração de todo o funcionalismo público, e, segundo técnicos da Câmara, deverá produzir um impacto de R$ 4 bilhões anuais nos cofres da União e dos Estados.

Na Suécia, o salário dos magistrados da Suprema Corte equivale a aproximadamente R$ 46 mil. Com o desconto dos impostos o valor cai para R$ 25 mil. Benefícios extra-salariais, oferecidos a juízes de todas as instâncias no Brasil, não existem para juízes suecos de nenhuma instância. Depois se fala em democracia no Brasil. Enquanto a maioria vive com um ou dois salários mínimos, uns poucos ganham 50 vezes mais.