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Os candidatos estão reclamando de problemas durante a realização neste domingo (8) das provas do concurso estadual para quase 17 mil vagas na educação. Um deles confirmou que as provas começaram com atraso de 50 minutos. A Polícia Militar (PM) de Juiz de Fora registrou um Boletim de Ocorrência denunciando problemas no exame. Há informações de candidatos que enfrentaram problemas também em Barbacena e São João Nepomuceno.
Em nota publicada no site oficial, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) cobrou apuração das denúncias. A subsede da Zona da Mata ressaltou que os candidatos devem registrar as ocorrências na PM.
Também em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE-MG) informou que a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), organizadora do concurso, relatou que houve problemas com entrega de listagens de candidatos em quatro locais em Belo Horizonte e que, por causa disso, a empresa decidiu adiar em uma hora o início das provas em todos os locais nos quais seriam aplicadas, tanto na parte da manhã quanto na parte da tarde.
Atraso e suspeita de vazamento de gabarito
Jonnas Gonçalves Soares, de 31 anos, veio de Saquarema (RJ) para fazer a prova para o cargo de professor de Geografia em Juiz de Fora. De acordo com ele, os candidatos já estavam na sala e o malote com as provas em cima da mesa na Escola Estadual Batista de Oliveira, no Bairro Costa Carvalho, mas a prova não começou no horário indicado no edital.
"Estava prevista pra 8h, deu 8h10 e as pessoas que estavam na sala de aula representando a empresa não sabiam o que ocorreu. Às 8h20, veio outra pessoa, que parecia ser de cargo superior, explicou que houve um problema na distribuição das provas e que todos teriam que aguardar para começar juntos. Isso demoraria mais meia hora", contou.
Soares afirmou que os demais candidatos também ficaram insatisfeitos. "Eles disseram que fecharam os portões para que ninguém entrasse, mas a prova só começou às 8h50, quando eles abriram o malote e distribuíram os exames. Houve burburinho e realmente é absurdo, porque muitas pessoas vieram de fora e estavam com passagens de retorno compradas, de acordo com o horário de término, que era 12h", destacou.
O candidato contou que não registrou boletim de ocorrência sobre o caso. No entanto, uma mulher de 33 anos procurou o posto da PM no Bairro Benfica ainda na noite de domingo. Ela relatou que, durante a realização do concurso, alguns itens previstos no edital foram desrespeitados. Segundo a solicitante, houve atraso de 40 minutos para o inicio da prova.
Além disso, a candidata contou que comunicou ao fiscal da sala que estava ouvido o barulho de mensagens sendo recebidas em algum telefone celular, mas que nada a respeito foi feito.
Ela informou à PM a suspeita de que houve o vazamento do gabarito, porque tomou conhecimento através de fotos postadas nas redes sociais que outros candidatos tiveram acesso a telefones celulares durante a realização da prova.
Segundo a PM, o caso foi registrado como "outras denúncias de reclamações e solicitações de defesa social" e ela foi orientada sobre as demais providências.
Sobre as denúncias de fraudes nas redes sociais, a SEE-MG disse que tomou conhecimento “quanto ao uso de celulares em ambiente de provas, além de fotos de supostas provas” e que acionou imediatamente a Fumarc para apuração das denúncias. A secretaria disse que está aguardando uma posição da empresa.
Sind-Ute pede que candidatos registrem BO
Na manhã desta segunda-feira (9), a subsede regional do Sind-Ute em Juiz de Fora ainda não havia recebido reclamações de candidatos, mas tinha ciência dos casos publicados em redes sociais.
A orientação é que os candidatos procurem a Polícia Militar e registrem as ocorrências, para que os casos sejam apurados.
A subsede do Sind-Ute reforçou que está indignada com os problemas que os trabalhadores de educação passaram no concurso e exige do governo estadual uma apuração rigorosa dos fatos.
G1 |