Presidente do Sindicato das Empresas de Explosivos diz que por causa da pandemia, setor vai encerrar o ano com 20% a menos na produção.
Fogos de artifício marcam a virada sobre a roda gigante "London Eye", durante as comemorações do ano novo no centro de Londres na quarta-feira (1°) — Foto: Henry Nicholls/Reuters
O setor de produção de fogos de artifício e outros itens pirotécnicos, que movimenta Santo Antônio do Monte e as cidades da região, como Lagoa da Prata e Japaraíba, ficou parado por quatro meses, por causa da pandemia do coronavírus, o que gerou queda na produção e vendas de cerca de 20%.
Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Explosivos do Estado de Minas Gerais (Sindiemg), Magnaldo Geraldo Filho, a expectativa agora é de recuperação com as vendas de fim de ano que devem movimentar o setor.
No entanto, ainda com as boas expectativas, a queda na produção está na casa doa 20%, segundo o sindicato, e a expectativa é que o mercado se recupere, pelo menos parcialmente, com as datas comemorativas de fim de ano.
Magnaldo explicou que a demanda segue em alta, mas as empresas estão tendo dificuldades de produzir, justamente pela falta de matéria-prima, que é importada de países como China e Israel, de onde são comprados produtos químicos.
Outros itens como papeis, utilizados também na produção dos produtos de explosivos, também estão em falta no estado do Paraná, de onde eles são comumente comprados.
"Por conta disso a produção sofreu um declínio. A demanda de vendas está boa, mas as empresas não estão conseguindo entregar os produtos. Estamos vendendo fogos para os estados de Minas Gerais, vários estados do Brasil e ainda para o exterior, a dificuldade consiste agora em conseguir matéria prima suficiante para atender a demanda", disse.
Por cauda disso, consequentemente também foram reduzidos os postos de trabalho, como conta Magnaldo, que também viveu essa experiência de queda na produção na própria fábrica.
"Não temos registro de nenhuma indústria associada ao nosso Sindicato que tenha fechado as portas. É claro, há uma crise na geração de empregos, pois as fábricas não estavam funcionando e agora estão com dificuldade na produção, então é natural que isso aconteça. No entanto, não fecharam. As contratações voltaram a ser feitas neste segundo semestre", destacou.
— Magnaldo Graldo
Ivan Campos é dono da fábrica Caramuru. Ele tem 110 funcionários e conseguiu manter todos eles empregados, mesmo diante da crise. Assim como todos os outros empresários Ivan também tem registrado dificuldade para encontrar matéria prima.
"Venda e demanda tem, o que não tem é matéria-prima no mercado. Essa está sendo uma grande dificuldade. E embora eu tenha passado muito apertado, consegui manter todos os meus funcionários, mas não tem sido fácil", pontuou.
Fábricas de fogos de artifício em Santo Antônio do Monte ficaram paradas por quatro meses no período mais crítico de pandemia — Foto: Reprodução/TV Integração
Produtos
A diversidade de produtos pirotécnicos produzidos na cidade permite que os clientes escolham o melhor item para cada comemoração.
Muitas pessoas preferem os itens com baixo ruído para não incomodar os animais. Segundo o veterinário Clovis Barros, os barulhos dos fogos incomodam e provocam estresse e medo, porque cães e gatos têm a audição mais aguçada que a dos humanos e, consequentemente, são mais sensíveis ao barulho.
A empresária Juliana Almeida já procurou por itens que não tenham nenhum ruído, justamente para preservar os dois cães que ela tem em um sítio, mas, nunca encontrou. Isso porque, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fogos e Explosivos, não é possível produzir itens com zero percentual de ruído.
"Infelizmente isso não é possível. Seguimos as recomendações internacionais dos decibéis dos nossos produtos que são sempre vistoriados pelo laboratório que atua há mais de 10 anos na cidade, mas fazer um produto sem barulho é impossível, porque há uma série de reações químicas para produzir o estouro", explicou.
— Magnaldo Geraldo
Coronavírus
De acordo com o boletim atualizado neste domingo (8) e divulgado no site da Prefeitura, Santo Antônio do Monte conta com 459 casos confirmados de coronavírus. São 205 homens e 254 mulheres.
O boletim aponta que vítimas menores de um ano de idade somam 4;
De 1 a 4 anos, são 14 vítimas;
De 5 a 9 anos são 7;
De 10 a 19 anos são 31 vítimas;
De 20 a 38 são 185 pessoas contaminadas;
De 40 a 58 anos são 133 pessoas;
As vítimas maiores de 60 anos, somam 85.
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