O lucro líquido do Banrisul atingiu R$ 316,2 milhões no primeiro semestre, queda de 18,8% em relação a igual período de 2016. Conforme a direção do banco gaúcho, o resultado teve o impacto das despesas com o plano de aposentadoria voluntária lançado em fevereiro.

O Banrisul também informou, nesta segunda-feira (14), que o lucro líquido recorrente chegou a R$ 367,5 milhões entre janeiro e junho, baixa de 5,7% ante o mesmo período do ano passado. Esse resultado exclui eventos extraordinários, ou seja, que não se repetirão, como o plano de aposentadoria voluntária deste ano.

No primeiro semestre, 648 empregados se desligaram do banco por conta da ação, cujos custos somaram R$ 93,2 milhões. Líquido dos efeitos fiscais, o plano baixou o resultado do Banrisul no período em R$ 51,3 milhões.

– Esses funcionários tinham de 35 a 37 anos de banco e pensavam em se aposentar. São pessoas com experiência, é lamentável que muitos saiam, mas isso já foi resolvido – comentou Luiz Gonzaga Veras Mota, presidente da instituição.

Entre janeiro e junho, a instituição teve alívio no índice de inadimplência, que recuou para 4,72%. No mesmo período do ano passado, estava em 4,81%. Para 2018, a meta do banco é reduzir o índice – que contempla devedores em período superior a 90 dias – para cerca de 3%, segundo Mota.

O presidente também ressaltou que houve melhora no mercado de crédito para pessoa física nos últimos meses. No entanto, observou que a situação não é a mesma entre empresas. A tomada de crédito por companhias, disse, é freada pelas incertezas que seguem no horizonte econômico.

– Empresários estão aguardando a reação da economia com bons projetos. À medida que isso ocorrer, os investimentos serão retomados – projetou.

No primeiro semestre, o patrimônio líquido do Banrisul alcançou R$ 6,6 bilhões – avanço de R$ 157,5 milhões ou de 2,4% em um ano. Já os ativos totais tiveram saldo de R$ 70,5 bilhões no período, alta de 3,9% em relação a 2016.

A analista Laís Martins Fracasso, da gestora de recursos Fundamenta Investimentos, avalia que os resultados do banco "foram mais fracos do que as expectativas".

– O segundo semestre poderá compensar. Há previsões melhores, mas é preciso esperar. Pode haver, no mercado, revisões para baixo em relação ao Banrisul no segundo semestre – pondera.

Banrisul não será privatizado, diz presidente

Mota também garantiu nesta segunda-feira (14) que o banco gaúcho não será privatizado. No início deste ano, especulações davam conta de que o governo federal consideraria a venda do Banrisul como necessária para o fechamento do acordo de socorro financeiro ao Rio Grande do Sul.

O presidente ainda mencionou que, no Estado, não haverá fechamento de agências, uma medida adotada por instituições bancárias no país. Em Santa Catarina, a avaliação é diferente. Segundo Mota, "quatro ou cinco" pontos de atendimento do Banrisul podem ser ajustados no Estado vizinho.

Zero Hora