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Por Jorge Andrade*
Não estou preocupado com as mortes nos presídios. Até estranho a espalhafatosa cobertura da mídia. Estranho a rápida reação do governo federal, sua pressa em destina verbas para construção de novos presídios para abrigar velhos criminosos.
Não me preocupa por que estar preso é uma escolha. Sim, trata-se de uma escolha. Sei que os mais puristas irão dizer que muitos que ali estão não tiveram outra alternativa, esmagados pela pobreza, enveredaram pelo crime. Direi, com todas as letras, que é mentira. Escolheram ser criminosos. Alguns dirão que há um massacre e que o estado é responsável. Pedirão indenizações para as famílias das "vítimas" de Manaus, Pedrinhas e Roraima.
Diariamente, pais e mães de família, homens e mulheres que, mesmo pobre e esmagados pela dureza da vida, fizeram a escolha da honestidade e do trabalho, despertam durante a madrugada. Dirigem-se para seus locais de trabalho. Ônibus cheios, desconforto. Salários irrisórios e muito cansando. Muitas dessas pessoas, em nosso imenso Brasil, não retornarão para seus lares. Serão mortos na troca de tiros entre gangues que disputam o poder, na ação do drogado que rouba para nutrir seu vício ou pela bala perdida que sempre encontra o coração de quem nada tem a ver com o alvo a que fora endereçada.
Para estes brasileiros a grande mídia silenciará. Não haverá reunião ministerial. O supremo não se abalará. Não teremos cobertura extraordinária. As Marias do Rosário da vida não clamarão pelos direitos humanos das famílias dessas vítimas. Não haverá indenizações...Com estes brasileiros, eu me importo. Afinal, sou um deles.
*Jorge Andrade é Jornalista e Radialista e Pós-graduando em Gestão Pública e Governamental.
Nota: o texto acima expressa a opinião do autor e não do portal Repórter Hoje
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