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A paralisação de 26 horas foi encerrada em Bauru e região no mesmo dia em que a categoria sofreu derrota no Tribunal Superior do Trabalho
Por meio de nota, a estatal informou que os custos com o plano de saúde foram de R$ 1,8 bilhão no ano passado, o equivalente a 10% do faturamento. Atualmente, os Correios contam com 108 mil funcionários na ativa e 32 mil aposentados, arcando com as despesas de saúde de 400 mil pessoas.
Samantha Ciuffa |
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Assembleia deliberou pelo fim da greve no final da tarde dessa segunda (12); segundo o Sindecteb, foi para não prejudicar a população |
Depois de um dia de greve, os trabalhadores dos Correios deliberaram, em assembleia realizada nessa segunda-feira (12) à noite, pelo encerramento da mobilização em Bauru e região. A paralisação de 26 horas foi realizada no mesmo dia em que a categoria sofreu uma derrota no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Em sessão realizada ontem, a maioria dos ministros decidiu alterar as regras do plano de saúde, autorizando a cobrança de mensalidade dos funcionários da estatal em todo o País. Os servidores locais, contudo, optaram por voltar ao trabalho, mantendo o chamado estado de greve e a pauta de reivindicações junto à empresa.
"Foi mais uma paralisação de alerta aos Correios e de esclarecimento para a população sobre o processo de desmonte da estatal. Não queremos prejudicar as pessoas mais do que elas já estão sendo prejudicadas", alega o vice-presidente do Sindicato dos Empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Bauru e Região (Sindecteb), Luiz Alberto Bataiola.
De acordo com ele, as atividades seriam normalizadas a partir da 0h de hoje. O sindicato afirma que a adesão, em apenas um dia de greve, foi de 80% dos empregados dos Correios em Bauru e região. Já a empresa afirma que o índice de funcionários ausentes na base sindical de Bauru não chegou a 7% do efetivo, ontem. No Brasil, o percentual não teria alcançado os 13%.
A pauta de reivindicações da categoria é extensa e visa, segundo o Sindecteb, evitar o desmonte dos Correios e a consequente privatização. A empresa, por sua vez, afirmam que o verdadeiro motivo da paralisação foi a mudança na forma de custeio do plano de saúde da categoria, já que não houve descumprimento do acordo coletivo de trabalho, cuja data-base é agosto.
Com base nas mudanças determinadas ontem, os servidores devem passar a arcar com 30% dos custos com assistência de saúde e não mais algo em torno 10%. Pela decisão do TST, o pagamento do plano irá variar de acordo com a renda do funcionário.
COMO FICA
Quem ganha R$ 2,5 mil, por exemplo, pagará 2,5% do plano de saúde, ou R$ 62,50 por mês. Os filhos e cônjuges deste trabalhador também pagarão percentuais sobre essa mensalidade de R$ 62,50, de 35% e 60%, respectivamente. Mas, quanto maior o salário do empregado, mais elevado será o percentual a ser pago: quem recebe acima de R$ 20 mil, por exemplo, pagará 4,4% do valor da mensalidade. Quanto aos pais e mães dos titulares, que também são beneficiários, a decisão é de que poderão permanecer no plano até julho de 2019, quando um novo acordo entre a categoria e os Correios poderá ser costurado.
Até lá, pais e mães continuarão a pagar somente um percentual da consulta, a chamada coparticipação, como já ocorre hoje. Já quem já estiver em tratamento médico terá o direito de permanecer no plano até receber alta.
Além da cobrança de mensalidade, o TST alterou as regras para a cobrança de coparticipação em consultas e exames: o limite passa a ser de dois salários para os funcionários da ativa, não podendo ultrapassar a quantia correspondente a 5% dos rendimentos. Até a decisão do TST, os funcionários não pagavam mensalidade e a coparticipação era de 7% do valor das consultas, situação que os Correios consideravam insustentável. |