Polícia Civil concluiu inquérito sobre a morte do detento Valdair Leonel, de 51 anos, nesta terça-feira (8), em Catalão, no sudeste de Goiás.Homem foi achado morto enforcado em cela do Presídio de Catalão em 21 de janeiro deste ano. O delegado Vitor Magalhães indiciou os 14 presos que estavam na cela com a vítima por homicídio qualificado por tortura e recurso que impossibilitou defesa da vítima. Ainda segundo a Polícia Civil, autores gravaram e divulgaram vídeo da morte dele.
Conforme o delegado, a vítima estava detida por descumprir uma medida protetiva relativa a um caso de violência contra uma mulher. No entanto, os presos souberam que ele tinha uma denúncia por estupro de um menino de 9 anos.
“Os próprios presos mudaram ele da cela três para a cela cinco, sem que os agentes percebessem. Ele foi torturado por mais de duas horas e forçado a admitir o estupro. Alguns deles confessam alegando que, por questões de diretrizes da organização que fazem parte, esse tipo de crime tem que ser cobrado com a morte”, contou ao G1.
Magalhães explicou que todos os detentos foram ouvidos durante as investigações e, através da perícia, foi possível identificar de quem eram as vozes que conversavam com a vítima na gravação.
“Alguns disseram que estavam dormindo, outros que não viram, mas pelo que apuramos, ele ficou sendo torturado lá entre 19h e quase 22h, não teria como, numa cela superlotada, não perceberem o que estava acontecendo. Por isso, indiciamos todos que estavam na cela”, argumentou.
Ainda segundo o delegado, há questões relacionadas à atitude dos agentes a serem apuradas. “Tem irregularidades aí. A vítima foi mudada de cela pelos presos, não foi percebido pelos agentes, só depois que acharam o corpo. Nesse caso, as falhas administrativas vão ser apuradas pela Secretaria de Segurança Pública. A Polícia Civil entende que, por mais que haja falha, não faz com que agentes sejam partícipes deste crime” concluiu.
O G1 entrou em contato, nesta noite, com a assessoria de imprensa da Superintendência de Administração Penitenciária (Seap), por meio de mensagens e telefone, e aguarda posicionamento do órgão a respeito de apurações administrativas relacionadas ao caso.